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18 FROM THE TOP » ANTONIO MEGALE, ANFAVEA Agosto 2018 | AutoData “Temos que fazer as pesquisas sobre etanol aqui, no Brasil, porque as nossas matrizes não sabem e não querem fazer. Elas não acreditam nisso.” tagem. Não há aqui risco de distorção neste propósito, ou seja, vermos mon- tadoras aplicando recursos apenas nas fábricas? Não, porque não é qualquer inves- timento em modernização de linha, é só aquele ligado especificamente à Industria 4.0. O governo teve a per- cepção correta e entendeu que não dá para ficarmos com linhas antiquadas. Teremos que melhorar, é uma questão de competitividade. Isso passa por um processo que vai além da automação: é colocar as máquinas para falar umas com as outras, inclusive antes e depois do processo fabril, tudo interligado, e isso custa caro, não é barato. Foi mais um papel importante do governo de indutor tecnológico, foi umpontomuito positivo. Precisamos mencionar ainda o incentivo ao desenvolvimento de ferramental no País, igualmente contemplado. E nada para caminhões e ônibus noRota? Não há no mundo adoção de metas de eficiência energética para veículos pe- sados, ainda que exista discussão a res- peito. Há metas para emissões de CO2, mas não de eficiência. O Proconve con- tinuará seguindo normalmente. O que está previsto é que durante o primeiro ciclo do Rota será discutido um crono- grama de implementação de programa de eficiência energética para pesados, provavelmente a partir do segundo ciclo. Lembrando que diesel faz parte do Rota, as picapes entram na conta da eficiência energética. E haverá um cronograma de itens de segurança também para cami- nhões: esse segmento tem seu ritmo particular mas também deve evoluir. gente já tem uma vantagem compe- titiva com relação ao resto do mundo. Mas precisamos avançar, estudar mais, pesquisar, melhorar os motores, obter maior eficiência com etanol. Nós é que temos que fazer isso, no Brasil, porque as nossas matrizes não sabem e não querem fazer. Elas não acreditam nisso. A Europa não tem alternativa, lá eles têm que fazer elétricos. Tenho certeza que se qualquer país europeu tivesse a possibilidade que nós temos eles a privilegiariam. Nós temos a solução dos biocombustíveis aqui, temos que explo- rar, mas isso custa dinheiro. Precisamos deste senso de desenvolvimento: as em- presas têm sempre um viés de obter lucro pela sua produção, obviamente, mas o centro de P&D precisa de uma origem de recursos para uma pesquisa mais pura. Lá no futuro poderemos ter célula de combustível a hidrogênio, que pode ser obtido a partir do etanol. E o Rota é o indutor que faltava para isso? Exato. Essa é uma das coisas boas do Rota: ele traz uma meta de eficiência energética para atender. Aí você pegará seus engenheiros e falará: como é que atingiremos isso aqui, quais as opções? E aqui, pelo preço dos carros elétricos e híbridos, é impensável achar que em cinco anos você terá 25% da frota com essas tecnologias. Então serão feitos cálculos para composição do mix de produto, colocando tecnologia nos veí­ culos para melhorar a eficiência, e não só em 10% da linha mas, vamos dizer, em 50%. Isso mesmo com a redução do IPI para híbridos e elétricos? Mesmo. Sobre os híbridos outra coisa boa do Rota é que o governo ouviu nos- sa sugestão e deu desconto adicional de 2 pontos do IPI para os híbridos flex, o que deve impulsionar a chegada desta tecnologia. O incentivo para P&D contempla tam- bém modernização de linhas de mon-

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