AD 344
50 Maio 2018 | AutoData EVENTO » SEMINÁRIO AUTODATA O executivo afirmou em sua apresen- tação que a unificação automotiva de Brasil e Argentina deve ser, primeiro, um reconhecimento mútuo para depois se tornar global: “Se já é tão difícil fazer a integração dos dois países, que são sócios desde os anos 80, imagine fazer isso fora da região. Então o primeiro passo é mostrar como funciona no nosso bloco”. A ideia de ter um carro único no Mer- cosul traz embutida a vantagemde reduzir o número de peças e os custos de en- genharia e de produção, graças à menor complexidade. E junta-se a isso vantagens no de- senvolvimento e nas áreas financeiras e operacionais: “Isso levará a mais volume, mais esca- la, o que gera mais eficiência. A General Motors foi pioneira nessa parceria Brasil- -Argentina e esse, para nós, é o melhor caminho, o que faz sentido”. O seminário AutoData ainda testemu- nhou a primeira apresentação pública de Antônio Filosa como novo presidente da FCA, Fiat Chrysler Automobiles, para a América Latina. No palco do evento ele afirmou que um dos objetivos da empresa é expandir fortemente as vendas na região da Amé- rica do Sul e, para isso, uma das estraté- gias adotadas é a abertura de escritório comercial no Chile. O executivo tambémafirmou que a boa demanda pelo hatch Argo na Argentina deverá resultar em variação do mix da produção do modelo em Betim, MG, para atendermais prontamente as encomendas do país vizinho – foram vendidas ali 4,4 mil unidades de janeiro a março, segundo dados da Adefa. FLEX A 2 Pablo Di Si, da Volkswagen, também compareceu ao seminário promovido por AutoData e afirmou acreditar que no se- gundo semestre os governos de Argenti- na e Brasil anteciparão as bases de novo acordo automotivo bilateral. O atual, agendado para vigorar de 2015 a 2020, estabelece flex – cálculo de controle da quantidade de dólares no co- mércio automotivo dos dois países – de 1,5, ou seja, para cada US$ 1 importado das fábricas instaladas na Argentina as empresas brasileiras podem exportar US$ 1,5. Segundo Di Si há interesse do Brasil em elevar o flex e ampliar o prazo de vigência do acordo, e que “se for para melhorar o trânsito de veículos de um país a outro o novo acordo pode ser antecipado. O que não pode acontecer é restrição à corrente comercial”. O executivo acredita que o índice do flex poderá saltar de 1,5 a 2, ainda que de forma gradual ano a ano. Fechando o evento Marcos Forgioni, vice-presidente de vendas e marketing internacional da MAN, mostrou o cenário do mercado externo para os caminhões e ônibus: “Exportar é tão difícil quanto ven- der no mercado interno, mas tem suas particularidades”. Ele lembrou que no Brasil apenas 11% do total de 1,7 milhão de quilômetros de estradas são asfaltados, e por isso “nos- sos produtos são voltados para países em desenvolvimento e, assim, temos forte presença na América Latina e na África”. Os maiores mercados de exportação da MAN em volume são Argentina, com 39%, México, 28%, e África do Sul, 17%. Ele atestou que para conquistar o clien- te é fundamental construir boas redes de vendas e de atendimento pós-vendas nos países atendidos. Mais: dependendo do caso pode fazer mais sentido produzir lo- calmente, ainda que em sistemas CKD ou SKD: “É preciso fazer a análise criteriosa de cada mercado”. Para Pablo Di Si, da VW, o cálculo do flex que regula o comércio bilateral automotivo poderá saltar dos atuais 1,5 para 2 de forma gradual nos próximos anos
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