AD 344

45 AutoData | Maio 2018 Um mês antes, entretanto, novembro de 2015, a primeira reviravolta: em um co- municado lacônico a Honda informava que a inauguração estava suspensa por prazo indeterminado, por força da crise à vista no mercado automotivo, ali já evidente. E agora, quando a empresa decidiu pelo tão esperado início de atividades pro- dutivas na fábrica – fechada há, portanto, cerca de dois anos e meio – uma nova e relevante mudança: em vez de engordar os volumes de Sumaré, Itirapina receberá toda a produção de veículos Honda aqui. Ou seja: será uma transferência total e não mais uma complementariedade. Desta for- ma a capacidade produtiva da fabricante por aqui não será mais dobrada, mas sim continuará na faixa de 120 mil unidades/ ano. Volume mais acima disso, de forma curiosa, exigiria investimento em aumento de capacidade de Itirapina. O processo de transferência, segun- do a Honda, terá início em 2019 e estará completo até 2021. Sumaré, por sua vez, não será fecha- da: prosseguirá fabricando motores, in- cluindo fundição e usinagem, além das atividades ligadas a componentes, como injeção plástica e ferramentaria, além de engenharia da qualidade, planejamen- to industrial e logística, atividades que já ocorrematualmente. OCentro de Pesquisa e Desenvolvimento de Automóveis, a divi- são de peças e o Centro de Treinamento Técnico para concessionárias também continuarão por lá. E a unidade prosseguirá como sede administrativa da Honda South America, incumbência que recebeu em 2015 com a transferência de profissionais antes alocados na Capital. A Honda justifica a decisão alegando que “apesar do mercado local apresentar uma recente recuperação as perspectivas de crescimento permanecem abaixo do volume projetado anteriormente [quando da decisão de construir a segunda fábrica, em 2013]. Com base no cenário atual será preciso fortalecer a estrutura de produção de automóveis para garantir a sustentabi- lidade do negócio para o futuro”. Para a empresa “a nova unidade é o resultado de um projeto mais moderno e, consequentemente, mais eficiente do pon- to de vista de produtividade, commelhor flexibilidade para atender às demandas tecnológicas para atualizações em nossa linha de automóveis”. Sumaré foi inaugurada em 1997, como símbolo principal da chegada de novas fabricantes ao País, e enquanto Itirapina seguia em obras ou desligada abraçou a produção de dois novos modelos, o HR-V e oWR-V, além da nova geração do Civic. Segundo PauloTakeuchi, diretor execu- tivo de relações institucionais paraAmérica do Sul, todos os equipamentos principais necessários à produção já estão instalados em Itirapina: “Para início da fabricação em massa será necessária apenas a instalação de equipamentos específicos, a retomada dos testes, treinamentos e transferência de pessoal”. O cronograma prevê início de ativida- des em janeiro do ano que vem com o Fit, em ritmo de 90 unidades/dia. A Honda pretende levar a Itirapina to- dos os cerca de 2 mil funcionários que atuam nas áreas produtivas de veículos em Sumaré: “Nossa intenção é não perder nenhum profissional e, para isso, criamos boas condições para que eles sejam trans- feridos. Se for necessário conversaremos caso a caso”. Aproximadamente 120 quilômetros separam as duas fábricas. NO LIMITE Os números de 2017 mostram que Su- maré trabalhou no limite máximo de sua capacidade nominal, com resultado até um pouco acima. A Honda fechou o ano passado com cerca de 130 mil veículos nacionais emplacados, de acordo com números do Renavam divulgados pela Fenabrave: foram aproximadamente 48 mil HR-V, 26 mil Civic, 25 mil Fit, 16 mil City e 15 mil WR-V. Com isso a empresa fechou o ano como a oitava marca do País em vendas de automóveis e comerciais leves, com participação de 6%. Perdeu, na ordem de baixo para cima, de Renault, 7,7%, Toyota,

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