AD 344
36 Maio 2018 | AutoData INDÚSTRIA » FÁBRICAS Este processo demandou mais R$ 650 milhões e serviu para tornar a operação mais rentável, além de aumentar a ca- pacidade de produção de motores. É o que conta Marcelo Lima, coordenador do laboratório: “Com o know-how adquirido em Per- nambuco novos processos digitais tam- bém foram replicados em Betim. Esta é uma das maiores fábricas da FCA no mundo em capacidade produtiva. Se em 1976, quando foi inaugurada, 100% das operações erammanuais, hoje esta é uma planta inteligente e conectada, integrada à era digital”. Rizzo recorda que “são dois os prin- cipais motivadores para investirmos na internet industrial, como também chama- mos a Indústria 4.0: a necessidade de fazer produtos mais modernos e de aumentar a rentabilidade das fábricas. Processos que utilizam tecnologia obsoleta tendem a onerar a produção, e muitas montadoras olhampara este fator damesma forma que veem a inovação como ferramenta para novos modelos. Quanto menor o tempo de produção, menor o custo”. NOVOS MODELOS Outro exemplo vem da Volkswagen, que aplicou parte de seu aporte de R$ 2,6 bilhões na modernização das linhas da fábrica de São Bernardo do Campo, SP, para produzir ali os novíssimos Polo e Virtus. Tal qual a unidade mineira da FCA a VW Anchieta é uma das mais antigas do País e precisou se modernizar para otimizar seus custos. Os dois modelos são construídos sobre uma das plataformas globais mais recentes da empresa, a MQB. Pablo Di Si, presidente, atesta a impor- tância da modernização da Anchieta para sedimentar mudança de atitude da em- presa aqui: “Se quisermos produzir carros melhores, mais competitivos, temos de apostar nas novas tecnologias de produ- ção. A chegada de Polo e Virtus marca a entrada da VWB em um novo patamar produtivo: estamos muito melhores do que um ano atrás”. Como parte do processo há novos ro- bôs, prensas e outras máquinas, que estão conectadas a sistemas que possibilitam gestão integrada e remota. Em abril a VW anunciou outro investi- Estamos mesmo na Era 4.0? A última fábrica construída é sempre a mais moderna, dizem quase que em uníssono executivos de empresas que cortam fita inaugural de algum tipo de modernização produtiva. Mas será que os aportes feitos nas fábricas no sentido de torná-las mais avançadas são suficientes para que o setor automotivo daqui já possa afirmar que está inserido no contexto da manufatura digital, da internet industrial, ou da Indústria 4.0, como queira? Para Rodrigo Bueno, gerente- geral da unidade de negócios para automação robótica da ABB, muito está sendo feito no sentido de modernização, o que, entretanto, não significa que o espaço para se investir em conectividade nas fábricas se apresente restrito: “Existe, sim, um movimento importante em melhorias de produtividade, mas ainda há vasto espaço para maiores evoluções”. Para Rodrigo Custódio, especialista em setor automotivo da consultoria Roland Berger, os investimentos aplicados até agora foram realizados muito em função de novos produtos, visão que precisa ser expandida caso a indústria queira realmente subir de patamar do ponto de vista de tecnologia de manufatura. Ele argumenta que a “Indústria 4.0 é um processo. Alguns elementos estão sendo colocados, mas muito mais ainda está por vir. As montadoras que estão fazendo alguma modificação nas linhas o fazem basicamente porque produtos novos demandam mais tecnologia”.
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