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16 FROM THE TOP » DIETER BECKER, KPMG Maio 2018 | AutoData sob o ponto de vista único do produto, do veículo puro. Não é a estratégia que eu escolheria. De qualquer forma oBrasil não ficaria em desvantagem? Quando você pensa em uma estratégia para o Brasil acredito que direcionar-se para uma tendência global não faz o menor sentido, porque as próprias fabri- cantes que atuamglobalmente pensam localmente. O que elas fazem é eleger centros de P&D onde desenvolvempro- dutos, powertrains, direção autônoma etc., mas essas são ideias globais que não acontecerão aqui. A solução temque ser local, tem que se adaptar às necessida- des locais. Se o Brasil quer ser relevante, para que seguir o mesmo caminho da Europa, dos Estados Unidos? Por que não ser o líder emadaptação tecnológica para certos mercados, tornar-se especialista em traduzir o que o mercado precisa? Vocês podem compreender as neces- sidades do seu mercado e dos vizinhos melhor do que ninguém. E não é só Brasil, éMercosul, partes daÁfrica, partes da In- donésia, ou seja, regiões comcondições semelhantes, sejam climáticas, de meio ambiente ou infraestrutura. Este seria o meu enfoque e é exatamente o que as empresas instaladas aqui estão procuran- do. Elas estão dizendo ‘esqueçamesses conceitos globais, são boas ideias mas para nós requerem adaptações’. Insistindo um pouco: nesse raciocínio o Brasil não ficaria para trás ante os maio- resmercadosmundiais? Nosso objetivo, afinal de contas, é ser um deles. Se vocês buscarem liderar algo que diga respeito a essas estratégias globais, para ser honesto, não acontecerá. Olhem a China: eles perceberamque não há como competir com os outros nos veículos de combustão interna ou híbridos, e partiram para os autônomos elétricos. Eles têm cidades enormes, onde podemconstruir ilhas de estrutura para isso. Esse con- ceito não é transferível para São Paulo. Por que vocês não lideram as soluções “Esse modelo centrado em apenas fabricar e vender carros acabou, está terminado”

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