Nota do Editor – Após a publicação da reportagem, AutoData recebeu uma correção na informação passada pelas fontes: na verdade quem estava presente na reunião era o secretário da Fazenda Henrique Meirelles, e não o governador de São Paulo. Confirmamos a informação e corrigimos o texto no fim da manhã de quarta-feira, 30.
São Paulo – Representantes de 65 fornecedores de autopeças e componentes, convocados pelo presidente da General Motors Mercosul, Carlos Zarlenga, para reunião na segunda-feira, 28, saíram do encontro com a certeza de que suas margens serão mais apertadas nos supostos futuros veículos de uma nova geração. Mas AutoData apurou que a impressão passada aos executivos foi a de que o recado da GM tinha outra direção: representantes do governo.
O discurso foi semelhante ao feito nas últimas semanas a trabalhadores, concessionários e ao próprio governo do Estado de São Paulo: para garantir investimento de R$ 10 bilhões no País a GM pretende uma parcela de ajuda de todas as partes envolvidas. E são quatro os pilares: fornecedores, trabalhadores, governo e concessionários.
O representante de fornecedor presente à convenção contou que o secretário da Fazenda do Estado de São Paulo e os prefeitos de São Caetano do Sul e de São José dos Campos, SP, chegaram juntos com Zarlenga ao local do encontro, no ABCD Paulista, após uma reunião – que não estava nas respectivas agendas oficiais. O secretário sentou-se nas primeiras fileiras, junto com outras autoridades, e escutou todo o discurso de Zarlenga.
“A impressão é a de que a General Motors falava para o governador”, disse a fonte, que pediu para não ser identificada. “Não deram pormenores da ajuda que eles esperam dos fornecedores, não pediram nada.”
Zarlenga teria, na avaliação da fonte, reunido todos os seus fornecedores para mostrar ao secretário a dimensão da encrenca. As duas fábricas paulistas da GM são pilares que sustentam relevante cadeia de empresas, que gera milhares de empregos no Estado. Por isso a importância de liberar os créditos antecipados de ICMS – ou algum outro tipo de auxílio que a diretoria da GM foi negociar junto ao governo estadual após ter as portas fechadas pelo executivo federal.
De todo modo os fornecedores entenderam o recado. As relações, que já não eram das melhores, tendem a gerar novos atritos.
Novos projetos – O plano da GM para seu investimento de R$ 10 bilhões é produzir novos veículos em todas as suas fábricas no Brasil. Além de Gravataí, escolhida para nova geração dos compactos e um SUV pequeno, São José dos Campos receberia a nova S10 e São Caetano do Sul os substitutos do Cobalt e Spin.
Mas tudo foi colocado pela direção da GM no pretérito imperfeito: os investimentos só serão oficializados se a equação desejada pela matriz for alcançada.
Colaborou Caio Bednarski
Foto: Divulgação.
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