AutoData - Máquinas agrícolas e de construção: 5% mais em 2019.
Congresso AutoData 2019
15/10/2018

Máquinas agrícolas e de construção: 5% mais em 2019.

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Foto Jornalista  Lucia Camargo Nunes

Lucia Camargo Nunes

São Paulo – O setor de máquinas agrícolas e equipamentos de construção tem perspectivas de crescimento moderado na produção para 2019, muito em função de esperada queda das exportações, de acordo com participantes de painel do Congresso AutoData Perspectivas 2019, realizado em seu primeiro dia na segunda-feira, 15, em São Paulo, Capital.

 

No segmento agrícola a AGCO estima crescimento de 7% em 2019, principalmente em tratores e colheitadeiras, com vendas totais de 47 mil unidades – este ano a expectativa é de 44 mil máquinas. “Na produção poderemos ter também impacto da entrada em vigor em 2019 da nova regra de emissões de poluentes, a MAR 1, que pode gerar antecipação de compras”, afirmou Alexandre Vinicius de Assis, diretor de contas chave.

 

Pela CNH Industrial a expectativa em agrícolas é avançar de 5% a 10%, com “dois dígitos altos se houver reformas e políticas de financiamento”, avaliou Thiago Wrubleski, diretor de planejamento e comercial.

 

Já para a John Deere a projeção de vendas para 2019 é avanço de 5% em 2019 em relação a este ano. Em contrapartida a estimativa com exportações é queda de 5%, ficando a produção, assim, estável. “Acreditamos que as compras do setor privado possam compensar queda prevista no setor público”, ponderou Roberto Marques, diretor de vendas.

 

Para os equipamentos de construção a Volvo CE calcula alta de 10% para seus negócios no mercado brasileiro ano que vem. E nas exportações também há expectativa positiva, inclusive além: crescimento de 20%, em função de demanda global por caminhões articulados. “A produção deve ficar algo em torno de 18% acima”, afirmou Luiz Marcelo Daniel, presidente.

 

Na CNH Industrial os equipamentos de construção devem ter alta de até 3% nas vendas internas em 2019, com produção crescendo na mesma casa e equilíbrio nas exportações – a empresa espera compensar as perdas na Argentina com outros mercados.

 

Fatores climáticos, políticos e econômicos são pilares para as projeções 2019 da AGCO: consequências ao setor agrícola trazidas pelo fenômeno El Niño, que leva muita chuva a algumas regiões e seca a outras, podem representar impacto nos volumes produtivos. Para Assis, também “é preciso melhorar o índice de confiança do agronegócio para gerar mais investimentos”. Mas ele vê como fator positivo para o próximo ano o cenário das commodities, em relação à renda agrícola, e câmbio favorável.

 

A renovação de frota deverá se fazer presente, acredita: “Há uma demanda represada, metade da frota agrícola tem mais de 20 anos. Estamos em um momento de troca”.

 

Marques, da John Deere, considera que o Brasil é País estratégico em visão de longo prazo na produção de alimentos, mas cobra infraestrutura. “Nada mais relevante para reduzir o custo do que melhorar a infraestrutura: a diferença pode chegar a 20% no custo de produção.”

 

Para Wrubleski, da CNH Industrial, o Brasil verá a partir de 2019 uma retomada nas máquinas de construção. “Será um ano promissor. Temos plenas condições para que o mercado retome volumes de forma robusta, por conta das obras paradas e investimentos em infraestrutura.”

 

A partir de 2020 haverá crescimento expressivo das compras governamentais, estimou Luiz Daniel, da Volvo CE, devido a retorno ao trabalho em obras paralisadas. Entretanto “será preciso avaliar a capacidade de produção dos fornecedores, que têm limitações para entregar equipamentos de maior porte. Mas, de qualquer forma, acreditamos no crescimento. Vejo dois dígitos sustentáveis nos próximos dois anos”.

 

Foto: Rafael Cusato.