AutoData - M-B: caminhões em alta de 10% a 20% no ano que vem.
Congresso AutoData 2019
15/10/2018

M-B: caminhões em alta de 10% a 20% no ano que vem.

Imagem ilustrativa da notícia: M-B: caminhões em alta de 10% a 20% no ano que vem.
Foto Jornalista  Lucia Camargo Nunes

Lucia Camargo Nunes

São Paulo — A recuperação econômica e a retomada da produção de caminhões e ônibus animam as perspectivas da Mercedes-Benz para 2019, segundo seu presidente Philipp Schiemer, palestrante do Congresso AutoData Perspectivas 2019, realizado em seu primeiro dia na segunda-feira, 15, em São Paulo, Capital.

 

“Apesar das incertezas, continuaremos crescendo. Se não acontecer nenhum desastre teremos alta de 10% a 20% [no mercado de caminhões em 2019]”, estimou. Segundo o executivo as empresas querem renovar suas frotas e já há diversos pedidos fechados que começarão a ser entregues em fevereiro de 2019. “Temos perspectivas boas no campo, e no segmento de semipesados e leves uma renovação ainda nem começou. Estamos confiantes que o ano que vem será melhor.”

 

Diante de um quadro político incerto ele não espera incentivos do próximo governo, mas sim estabilidade, melhorias na infraestrutura e medidas que tirem de circulação veículos antigos, o que levaria a uma natural renovação da frota.

 

“Estamos em um caminho melhor que há dois anos. Caímos em um buraco profundo em 2016 e agora precisamos acelerar para deixar a crise para trás”, disse o executivo ao avaliar que hoje o País passa por uma trégua nos veículos comerciais.

 

Do cenário macroeconômico ele aponta como positivos a inflação estável, taxa de juros mais baixa e bancos com mais apetite. Nesse cenário, avaliou, há necessidade das empresas em renovar a frota de extrapesados, já que veículos com mais de cinco anos perdem em rentabilidade e desempenho. 

 

Na avaliação do executivo o PIB precisa chegar a 2,5% para que as empresas voltarem a investir: “Serão necessários dez anos para voltarmos onde estávamos em 2013”.

 

Schiemer também apontou preocupação com a alta volatilidade do câmbio. Para ele “não tem taxa de dólar certa ou errada, o importante é ela ficar estável”.

 

Ele criticou a infraestrutura nacional, que considera ultrapassada e que, assim, não acompanha os produtos cada vez mais modernos. Para ele não são necessários incentivos, mas sim “planejamento e pensamento lógico”.

 

A montadora mantém os investimentos que já foram iniciados, com a modernização da fábrica de São Bernardo do Campo e renovação de produtos, mas o presidente diz que há preocupação no próximo ciclo de investimentos, a partir de 2023 – para ele o Brasil está perdendo em relevância para países asiáticos.

 

Foto: Rafael Cusato.