AutoData - Motos é negócio ainda em queda
Balanço
13/11/2017

Motos é negócio ainda em queda

Imagem ilustrativa da notícia: Motos é negócio ainda em queda
Foto Jornalista  Caio Bednarski

Caio Bednarski

A produção nacional de motocicletas chegou a 729 mil 268 unidades de janeiro a outubro, recuo de 7% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram produzidas 784 mil 519, segundo dados divulgados pela Abraciclo, associação que representa as fabricantes, na segunda-feira, 13, durante o primeiro dia do Salão Duas Rodas. Em outubro foram produzidas 77 mil 76, mantendo o mercado estável na comparação com setembro, 76 mil 668 unidades. O presidente Marcos Fermanian afirmou que “a estabilidade no volume de produção confirma a tendência de melhora do desempenho da indústria a partir do ano que vem”.

 

Assim como acontece no setor de veículos as exportações têm sido muito importantes para as fabricantes: foram 67 mil 5 motocicletas as exportadas no acumulado janeiro-outubro, contra 48 mil 663 no mesmo período de 2016, alta de 37,7%, sendo a Argentina seu principal destino. Em outubro foram exportadas 7 mil 761 unidades, contra 11 mil 208 embarcadas no mês anterior, queda de 30,8%.

 

As vendas no atacado, das fabricantes para as concessionárias, também apresentam queda no acumulado do ano, de 9,4%, com 672 mil 971 motocicletas comercializadas contra 742 mil 933 no mesmo período de 2016. Em outubro as vendas chegaram a 69 mil 620 unidades, incremento de 9,8% na comparação com setembro — com relação ao mesmo mês do ano passado houve alta de 17%. Com o crescimento dessas vendas em outubro a Abraciclo se mostra otimista para o fim do ano: “Esse aumento será refletido no varejo, pois os estoques estão bem controlados e alguns até menores que o normal. Com isso o aumento das compras das concessionárias será sentido nos emplacamentos”.

 

O número acumulado de emplacamentos no ano foi 708 mil 299, contra 749 mil 834 no mesmo período de 2016, queda de 5,5%. A expectativa da Abraciclo é encerrar o ano com queda de 4,4%: “Mesmo com a recuperação notada o volume de emplacamentos ainda recebe impactos referentes ao primeiro semestre, como o desaquecimento da economia e a menor liberação de crédito, tanto pela restrição, quanto pelo interesse do consumidor em fazer um novo financiamento”.

 

Considerando apenas outubro foram vendidas 68 mil 236 motocicletas, alta de 3,1% sobre os 66 mil 209 emplacamentos em setembro.

 

Fechamento 2017

 

A expectativa da Abraciclo para a produção total do ano é de 885 mil unidades, queda de 0,3% com relação ao mesmo período do ano passado. As vendas no varejo devem cair 4,4%, chegando a 860 mil motocicletas, e as vendas no atacado cairão 5,4%, na mesma base de comparação. A exportação é o único segmento que crescerá, com expectativa de 35,5%, para 80 mil unidades.

 

Expectativa 2018

 

Marcos Fermanian espera que as vendas, tanto no atacado quanto no varejo, cresçam 5% no ano que vem, na comparação com o volume deste ano. Para ele alguns fatores deverão ajudar esse desempenho: “A taxa de desemprego, em queda, e o aquecimento da economia devem gerar uma movimentação de compra das classes C, D e E, que são as consumidoras do crédito e das motos de volume”.

 

Segundo a Abraciclo o crédito estava mais restrito, mas não esgotado, e o que limitou as vendas este ano foi a decisão do consumidor de não assumir novas contas para pagar em médio prazo.

 

Foto: divulgação