AutoData - Segmento caminhões mantém trajetória de recuperação
Balanço da Anfavea
05/10/2017

Segmento caminhões mantém trajetória de recuperação

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Foto Jornalista  Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

A redução das perdas no mercado interno de caminhões, em termos de vendas, segue em ritmo acelerado. O mercado começou o ano 33,3% menor que em janeiro de 2016. A partir daí, a diminuição se acentuou mensalmente e, em setembro, chegou a 9% menos, apontaram dados da Anfavea divulgados na quinta-feira, 5. Ainda que o ano passado constitua uma base de comparação baixa, o setor comemora a evolução e projeta um quarto trimestre de vendas maiores em função de um eventual movimento de renovação de frota até dezembro. 

 

De janeiro a setembro foram vendidos 35 mil 364 caminhões, sendo a categoria de pesados a que mais cresceu em volume no período – 12 mil 545 unidades, 5,8% maior que a vendida de janeiro a setembro do ano passado. Para Rogério Rezende, vice-presidente da Anfavea e diretor de assuntos institucionais da Scania, a demanda nesse segmento é crescente em função da melhoria do desempenho econômico em alguns setores, como o agronegócio e a mineração: “Se a economia cresce, reflete positivamente no segmento de caminhões. A projeção de safra para 2018 é interessante e empresas que atuam com mineração voltaram a investir”.

 

Outro movimento que pode permitir ainda mais a redução das perdas no mercado é a antecipação da renovação de frota por parte de empresas que procuram se blindar de uma eventual volatilidade da taxa de juros em 2018. Alguns frotistas têm esta preocupação, ainda que o número de caminhões parados no País gire em torno de 110 mil veículos, e visualizam o último trimestre do ano como favorável aos financiamentos: “O setor como um todo projeta uma taxa de juros para o ano que vem parecida com a praticada atualmente, mas o cenário pode mudar dependendo de quem esteja liderando as pesquisas de voto, por exemplo. De qualquer forma, são esperados mais financiamentos, muitas empresas se prepararam para comprar agora”, disse Rezende.

 

Com o mercado interno ainda operando no negativo, a produção segue voltada às exportações nas fábricas configuradas para serem plataformas exportadoras, como é o caso das unidades de Scania, Volvo, MAN e Mercedes-Benz. A produção de caminhões até setembro totalizou 59 mil 44 unidades, 27,3% mais que no mesmo período ano passado. Olhando para os números por segmento, a produção de veículos pesados nos nove meses do ano totalizou 22 mil 647 unidades, volume que representou alta de 41% na comparação com o mesmo período de 2016. A de semipesados chegou a 17 mil 654 unidades, 33,9% mais, e a de caminhões médios, que somou 5 mil 69 unidades, cresceu 79,9%. Nos leves, 11 mil 750, queda de 5,6%, e nos semileves, 1 mil 924 unidades, alta de 2,9%.

 

A produção de ônibus até setembro foi de 16 mil 155 unidades, alta de 11,6% na comparação com o desempenho de 2016. A produção de veículos para aplicação urbana cresceu 15,7%, ao passo que a de veículos para uso rodoviário caiu 0,3%.

 

Foto: Divulgação