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09/08/2017

Eco para gringo

Imagem ilustrativa da notícia: Eco para gringo
Foto Jornalista  Leandro Alves

Leandro Alves

Alto padrão de acabamento, conectividade e motorização eficiente: é aí que a versão 2018 do EcoSport concentrou suas novidades, que foram apresentadas primeiro por aqui mas que tentarão conquistar a clientela em 158 países até o fim do ano.

O fato é que todos foram atrás da receita vencedora da Ford, que ficou quase uma década sozinha no mercado com o seu EcoSport. Hoje o segmento de SUVs compactos é um dos mais disputados do mercado brasileiro, com concorrentes de peso como Honda HR-V, Jeep Renegade, Hyundai Creta, Nissan Kicks, Chevrolet Tracker, os Renault Captur e Duster – todos eles também vendidos em outros países. Mas no jogo global, além da fórmula de um SUV urbano e compacto que caiu no gosto do consumidor, outros atributos bastante exigidos são, exatamente… alto padrão de acabamento, conectividade e motorização eficiente.

Atualmente vendido em 140 países sua produção global teve que crescer para atender a quase que todos os principais mercados. Além de Camaçari, BA, que abastece basicamente a América do Sul, entraram na dança Chennai, Índia, que o produzirá para o mercado estadunidense, Chongqing, China, para a Ásia, Chenei, Rússia, para o mercado local, e Valência, Venezuela, que monta kits CKD – e a fábrica de Craiova, Romênia, que passa a fabricar o EcoSport para a União Européia.

Cerca de setecentos profissionais, liderados pelo centro de engenharia do Brasil mas espalhados pelo mundo, participaram da reforma geral do EcoSport. Novas tecnologias na armação da carroceria só utilizadas até então pela Ford no Mustang, requinte no acabamento interno e soluções mais inteligentes para utilizar melhor o espaço da cabine, diversos equipamentos que são a coqueluche do consumidor conectado, um motor 1.5 litro de três cilindros mais potente e econômico além do design – que não mudou muito mas que está alinhado com outros produtos globais da companhia, são alguns dos predicados desse SUV urbano.

Rogelio Golfarb, vice-presidente para a América do Sul, disse que o programa global do novo EcoSport é um dos maiores já realizados pela Ford:

“Temos muito orgulho porque foi liderado desde o princípio pelo Brasil em conjunto com os centros de engenharia na América do Norte, Europa e Ásia”.

Mesmo que o visual não tenha mudando radicalmente, pois manteve o estepe na tampa traseira e a grade frontal recebeu apenas a atualização padrão de outros SUVs da Ford, o EcoSport 2018, apresentado na noite da segunda-feira, 24, na Reserva do Paiva, PE, de fato parece um veículo de categoria superior. A começar pelo interior, completamente modificado para atender rígidos padrões de conforto do resto do mundo. Os bancos ficaram maiores e bem mais confortáveis, e os instrumentos mais intuitivos e belos. O ar-condicionado foi recalibrado para refrescar com maior eficiência o pessoal na Índia, que geralmente enfrenta 50º C, assim como em Teresina, PI, segundo os especialistas da Ford.

Klaus Mello, gerente de engenharia veicular, disse que os vidros receberam película que reduz significativamente ruídos e vibrações externas: “E também temos material que absorve esses dois fatores de incômodo em diversas outras peças do EcoSport”.

A conectividade é outro ponto que merece elogio no interior: a tecnologia Sync 3, a mais avançada solução disponível nas prateleiras da fabricante, é compatível com os aparelhos Android e Apple e está disposta em uma tela sensível ao toque que pode variar o tamanho de 6,5 polegadas a 8 polegadas dependendo da versão. Nenhum concorrente oferece uma solução como essa. E o sistema de som promete agradar aos clientes que valorizam alta qualidade. A versão Titanium traz o Premium Sound System da Sony, com nove alto-falantes. Até o que pode parecer uma bobagem não foi esquecida: a Ford desenhou um espaço no painel central para colocar o smartphone, em posição bem próxima aos dois pontos de entrada USB, que são iluminados.

O powertrain também mudou bastante. A primeira medida foi retirar a caixa Powershift de dupla embreagem do portfólio, substituindo por uma transmissão de seis velocidades convencional, com conversor de torque.

Os motores também são novos: para as versões de topo chega o Duratec 2.0 Direct Flex, de 176 cv, com injeção direta, o mais potente da categoria, segundo a Ford. E nas opções de entrada e intermediária a fabricante traz o moderno 1.5 TiVCT Flex de três cilindros, de 137 cv. Esses serão os motores para grande parte dos mercados em que o EcoSport será vendido.

 

Mercado local – Todas as novidades têm como foco atender ao mercado global, pois a Ford entende que esse veículo ganhará a preferência não só de mercados emergentes mas, também, dos países mais tradicionais, como Estados Unidos. As vendas por lá começam em 2019.

No entanto a fabricante não deixou de olhar com atenção para o quintal do Eco, o mercado brasileiro. Mesmo reconhecendo que a competição é dura, pois todos os SUVs compactos estão sendo vendidos por aqui – alguns modelos, como o HR-V, por exemplo, são competidores nos Estados Unidos, mas em outros mercados, não –, os executivos da Ford acreditam que a atual receita do EcoSport tem tudo para agradar ao consumidor brasileiro. Antônio Baltar Jr., diretor de marketing, vendas e serviços, contou que nenhum concorrente é tão equipado quanto o EcoSport.

Talvez isso não se traduza em retomada da liderança de vendas, mas a expectativa é a de manutenção da participação de mercado:

“Perdemos no ranking para outros SUVs, mas observando as vendas totais do mercado interno percebemos que o EcoSport teve, em média, 1,5% de market share desde seu lançamento, em 2002. Gostaríamos de manter esse desempenho e, na medida do possível, ampliar um pouco”.

A estratégia por aqui é valorizar o cliente que já tem um EcoSport oferecendo a ele juro zero para financiamento de um novo e primeira revisão grátis: “Também vamos trabalhar forte com os revendedores para ofertarmos boas condições de compra do Eco dos clientes”.

O EcoSport 2018 parte de R$73 mil 990 na versão SE manual, e R$78 mil 990 na automática. A opção FreeStyle, que deve responder por mais de 30% das vendas, sai por R$81 mil 490 com câmbio manual e R$86 mil 490 com o automático. E a versão Titanium custa R$93 mil 990.

 

Crédito da foto: Divulgação