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05/01/2015

Polaris avança em todos os terrenos

Por George Guimarães

- 05/01/2015

Se a Polaris produz, como ela mesma costuma dizer, big toys, ou brinquedões em livre tradução, pode-se dizer que o Brasil tem sido um verdadeiro parque de diversões para a empresa em seus primeiros dois anos aqui. Suas vendas de quadriciclos e UTVs, modelos com de dois ou mais lugares, cresceram 390% de 2012 para cá: de 204 para 1 mil unidades.

Aos olhos das grandes montadoras podem parecer números tímidos, mas é bom lembrar que são veículos dedicados, ainda, sobretudo ao lazer – nos Estados Unidos a linha para o trabalho tem peso bem mais significativo nas vendas –, não emplacáveis e com preços de carros médios nacionais.

O mais recente lançamento, o misto de UTV com quadriciclo ACE 570, custa a partir de R$ 40 mil, mas há modelos cujas versões de entrada partem de R$ 50 mil. Não para menos: são veículos que contam com motores a gasolina ou diesel, câmbio CVT, tração 4×4 inteligente, sistema eletrônico para controle de descidas e até direção elétrica.

Rodrigo Lourenço, diretor geral da Polaris na América do Sul, entende que esse ótimo momento da marca estadunidense no Brasil não se deve apenas à chegada dos primeiros produtos e à natural abertura de pontos de vendas – a empresa encerrará o ano com 24 concessionárias no País. O mercado brasileiro de UTVs, assinala, tem se expandido de forma excepcional: se somou 7,8 mil unidades em 2013, fechará 2014 com cerca de 10 mil veículos negociados, 28% a mais em um período de economia patinante.

Não será muito diferente em 2015, imagina Lourenço e novo recorde deve ser batido pelo mercado e pela Polaris. O executivo justifica seu otimismo com a visão da matriz estadunidense de que o Brasil tem potencial para ser o maior mercado internacional da empresa nascida há seis décadas como fabricante de snowmobile, as famosas motos para gelo, e que faturou U$ 3,8 bilhões em 2013.

Mas para chegar lá o caminho é longo e, necessariamente, passará por eventual produção local, algo em estudo ainda embrionário, segundo o executivo. É decisão que depende de projeções de mercado absolutamente convincentes. E não apenas do brasileiro, mas também de países circunvizinhos. E a Argentina segue como uma incógnita no entender da Polaris.

O atual modelo produtivo global da empresa dá mostras de que uma eventual fábrica brasileira está sujeita, de fato, a muitas planilhas e assinaturas. A Polaris vende quadriciclos e UTVs hoje em 130 países, todos produzidos apenas nos Estados Unidos e México, países de origem dos produtos vendidos aqui, e mais recentemente na Polônia.

Indian – Se os quadriciclos e UTVs nacionais estão ainda distantes, as lendárias motocicletas custom da marca Indian, adquirida pela Polaris em 2011, devem ganhar passaporte brasileiro em breve. A subsidiária estuda sua produção na Zona Franca de Manaus.

Lourenço assegura que em mais dois meses deve ter uma decisão sobre se produzirá ou não aqui e de que forma: se com estrutura industrial própria ou em parceria com alguma empresa já presente no Polo Industrial de Manaus. Bennett Morgan, presidente mundial da Polaris, porém, afirmou, no primeiro semestre, em visita à operação local, que a empresa negociava com três potenciais parceiros.